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Saúde

Levantamento revela que 66% dos profissionais da enfermagem têm quadro sugestivo para Burnout

Para cada indicador, foram estabelecidos três graus de risco – baixo, médio e alto. Quanto maior o risco, mais forte é a percepção dos indicadores.

Foto: Reprodução

Um levantamento realizado com mais de dois mil enfermeiros em quatro hospitais de grande porte no Brasil revela que 66% dos profissionais apresentam os três principais indicadores de Síndrome de Burnout. Exaustão emocional, baixa realização profissional e despersonalização, condição caracterizada por insensibilidade emocional, afetam de maneira conjunta a maioria dos profissionais entrevistados.

“Isso é algo muito grave porque o colaborador da enfermagem está em contato direto com o paciente. Se ele estiver esgotado, em Burnout, há risco de comprometer a segurança e qualidade do atendimento”, afirma Mara Machado, CEO do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), entidade responsável pelo levantamento.

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Para chegar aos resultados, foram entrevistados 2.702 enfermeiros e enfermeiras, dos quais, após exclusão dos questionários inválidos, o total de 2.008 profissionais tiveram os dados compilados. Para cada indicador, foram estabelecidos três graus de risco – baixo, médio e alto. Quanto maior o risco, mais forte é a percepção dos indicadores.

A exaustão emocional teve 19,1% dos respondentes em alto risco e 46,9% em médio risco. Com isso, o total de 66% dos respondentes estão em risco alto e médio de desgaste emocional significativo. No caso da despersonalização, os resultados foram ainda mais preocupantes. Alto risco para 18,4% e médio risco para 56,8%, assim somando 75,2% do total.

O terceiro indicador investigado foi a realização profissional. Inversamente aos dois indicadores iniciais, a maioria dos profissionais entrevistados (79,7%) apresentou baixo risco, ou seja, são profissionais que naquele momento se consideram muito distantes do ideal de realização profissional.

“O esgotamento dos profissionais de enfermagem é um risco ocupacional para todos. Ele está associado à diminuição da satisfação do paciente e ao comprometimento organizacional, além de impactar a produtividade geral do hospital”, analisa Mara Machado.

Embora a atividade da enfermagem implique em certo nível de desgaste, por lidar com pacientes em sofrimento, risco de consequência graves em caso de erros e longas jornadas em pé, o quadro de Burnout está relacionado a outros fatores estruturais. Alta demanda por profissionais da enfermagem, devido ao envelhecimento da população e aumento de doenças crônicas, associada à falta de profissionais qualificados. Isso acaba gerando equipes sobrecarregadas e com jornadas de trabalho longas e exaustivas.

“Para mudar esse quadro, que tem origem estrutural, são necessárias mudanças profundas na estrutura organizacional, com mais eficiência na gestão dos hospitais, melhores condições de trabalho e equipes adequadamente dimensionadas às demandas de cada instituição”, pondera a CEO do IQG.

*Fonte: Acrítica

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