Durante a Cúpula de Líderes pré-COP30, realizada nesta quinta-feira (6/11) em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma analogia entre a Amazônia e a Bíblia, afirmando que “todo mundo sabe que existe e interpreta cada um da sua forma”.
A comparação surgiu no final de seu discurso, quando o presidente improvisou palavras para reforçar a relevância de sediar a conferência do clima das Nações Unidas em um estado amazônico.
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“Eu queria, meus amigos e minhas amigas, antes de terminar a minha fala, pedir a vocês que a gente tem que agradecer a disposição de fazerem essa COP da Amazônia na Amazônia. Muita gente não acreditava que fosse possível trazer, para um estado da Amazônia, uma COP, porque as pessoas estão mais habituadas a desfilar por grandes cidades.
E nós resolvemos que a Amazônia para o mundo é como se fosse uma Bíblia. Todo mundo sabe que existe e interpreta cada um da sua forma. E nós queríamos que as pessoas viessem aqui para ver o que é a Amazônia, para ver o que é o povo da Amazônia, a natureza da Amazônia, a culinária da Amazônia”, disse Lula.
Antes do improviso, o presidente seguiu o discurso preparado no teleprompter e destacou que a justiça climática deve andar junto no combate à pobreza, além de citar a necessidade de superar “dois descompassos” para avançar efetivamente no enfrentamento das mudanças climáticas.
“O primeiro é a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real. As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas métricas de carbono, mas sentem a poluição. Podem não compreender o que são sumidouros de carbono ou reguladores climáticos, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos. Podem não ser versadas em financiamento concessional ou misto, mas sabem que nada se faz sem recursos. Podem não assimilar o significado de um aumento de um grau e meio na temperatura global, mas sofrem com secas, enchentes e furacões”, detalhou.
Em seguida, Lula reforçou que a responsabilidade ambiental é coletiva:
“O combate à mudança do clima deve estar no centro das decisões de cada governo, de cada empresa, de cada pessoa. O conceito de mutirão, que traduz um esforço coletivo em torno de um objetivo comum, é o espírito que vai animar Belém”, concluiu.

