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31/05/2025
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Política

Lula critica taxação de Trump e diz que “razão deve voltar a falar mais alto”

Brasil não aplicou cobrança de imposto de volta e abriu negociação com Estados Unidos para tentar reverter medida.

Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta quarta-feira (19), a decisão de Donald Trump de aplicar uma taxa de 25% sobre aço e alumínio brasileiro. Segundo o petista, a medida é equivocada e injustificada. “A razão deve voltar a falar mais alto”, afirmou.

Recentemente, o Brasil abriu negociação com os Estados Unidos a fim de encontrar uma solução para o impasse.

“Taxar o aço e o alumínio, na forma como isso foi feito pelos Estados Unidos, não traz nada de bom para ninguém. Nosso governo considera essa uma medida equivocada e injustificada, pois afeta tanto as empresas daqui como as de lá, que trabalham há décadas em uma relação de parceria e complementaridade. Para produzir aço aqui, importamos carvão siderúrgico dos EUA. A indústria norte-americana, por sua vez, depende de nosso aço semiacabado”, disse Lula.

 

“Não há por que atrapalhar essa relação que funciona tão bem. Por isso, estamos trabalhando em conjunto com o setor privado para mostrar que essas medidas precisam ser revertidas e que a razão deve voltar a falar mais alto. Ao mesmo tempo, como já declaramos na semana passada, estamos avaliando tudo o que podemos fazer no campo do comércio exterior, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio”, completou.

 

As declarações foram dadas por Lula em entrevista a um jornal do Ceará. O presidente argumentou que segue fortalecendo grupos como o Brics, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Atualmente, o grupo conta com diversos membros, entre eles Arábia Saudita. “Certamente se tornará ainda mais forte agora, pois os países do Sul Global estão tendo cada vez mais certeza de que é na união entre eles, em seu trabalho parceiro e conjunto, que reside o futuro do desenvolvimento.”

O governo brasileiro decidiu não retaliar de imediato os Estados Unidos após a implementação de uma tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio do Brasil — tarifação que entrou em vigor último dia 13. O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano, teve vendas de quase R$ 19 bilhões no ano passado com os produtos.

A taxação de 25% sobre importações de aço e alumínio pode gerar dificuldades para o setor siderúrgico brasileiro, já que o Brasil “não tem outro parceiro para vender” os metais — países da Europa enfrentam recessão, e a China, que tem uma grande produção de aço, importa apenas minério de ferro do país.

O Ministério da Fazenda recebeu sugestões do setor siderúrgico para proteger a indústria nacional e está avaliando possíveis ações. As negociações com o governo dos EUA estão sendo conduzidas por Alckmin e demais integrantes da gestão federal. O Brasil, inclusive, abriu negociação com os EUA recentemente.

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio importados devem ter pouco impacto no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, avalia o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Entretanto, a taxa de 25% sobre os metais pode impactar o setor no país, com queda de produção de 2,19%, contração de 11,27% das exportações e redução de 1,09% das importações.

Vendas

Os EUA são o principal mercado para o aço semifaturado brasileiro. Em 2023, foram exportados US$ 2,8 bilhões (R$ 16,29 bilhões, na cotação atual) em aço e US$ 900 milhões (R$ 5,24 bilhões, na cotação atual) em alumínio para o país. Atualmente, os EUA produzem cerca de 90 milhões de toneladas de aço por ano, e o consumo interno varia entre 90 a 200 milhões de toneladas. Já no setor de alumínio, a produção é de 3,5 milhões de toneladas anuais, o que torna o país dependente da importação.

Não é a primeira vez que o republicano impõe taxas a produtos estrangeiros. No seu primeiro mandato, Trump determinou o aumento das tarifas dos metais após o secretário de Comércio dizer que as importações de aço e alumínio estavam prejudicando a segurança nacional dos EUA ao “enfraquecer” a economia interna.

*Fonte: D24am

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