Cidade do Brasil que mais registrou alertas de desastres naturais em 2023, Manaus terá, pela primeira vez, um Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). O documento será elaborado por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em parceria com a Defesa Civil Municipal.
A iniciativa partiu do Ministério das Cidades do governo Lula, mais especificamente da Secretaria Nacional de Periferias e do Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco. Outros municípios brasileiros também terão planos criados. O trabalho será feito por 20 universidades federais, incluindo a Ufam.
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No Amazonas, o trabalho está sendo liderado pelo geógrafo e professor da Ufam, Rogério Marinho, que também é doutor em Clima e Ambiente. Para A CRÍTICA, ele informou que o plano tem previsão para ser concluído no primeiro trimestre de 2025.
“Estamos na etapa inicial, com definições das áreas prioritárias para realizar o mapeamento e a definição da metodologia de avaliação das áreas de risco”, disse. Segundo o professor, os pesquisadores têm experiências relacionadas à análise de áreas de risco a erosão, deslizamentos e inundações que ocasionam desastres em áreas urbanas ou ribeirinhas.
Ocorrências
Dados da Defesa Civil de Manaus apontam que, somente no ano passado, 1.716 ocorrências foram registradas na capital. O maior número é de deslizamentos de terra (556), seguido por alagamentos (546), desabamentos e tombamentos (287), erosões (166) e rachaduras (161).
Um dos casos de maior repercussão ocorreu no dia 13 de março de 2023, quando um desbarrancamento, devido a uma forte chuva, acabou matando oito pessoas no bairro Jorge Teixeira, zona Leste da cidade.
“Em 2023, Manaus foi a cidade mais impactada por desastres socioambientais em todo o Brasil. Além disso, em termos de alertas de eventos extremos, a capital amazonense ficou em terceiro lugar, atrás apenas de Petrópolis (RJ) e São Paulo (SP). Esses dados refletem a urgência do desenvolvimento de medidas efetivas de redução de riscos de desastres”, defende Rogério Marinho.
Parceria
De acordo com o coordenador, o plano será desenvolvido com o apoio da Defesa Civil do município. “A relação tem sido bastante positiva, com ampla recepção do Secretário Executivo de Proteção e Defesa Civil de Manaus e apoio na definição de setores de risco prioritários para atuar na mitigação, além da disponibilidade ampla para a base de registros de ocorrências e pessoal de apoio”.
Conforme o planejamento, a prefeitura deverá criar um Comitê Gestor do Plano Municipal de Redução de Risco de Manaus para garantir a execução das estratégias previstas no futuro documento.
O colegiado será composto pela Defesa Civil de Manaus, Secretaria Municipal de Assistência e Cidadania (Semasc), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança Climática (Semmasclima), Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Secretaria Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Semhaf) e Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Manaus (Implurb).
Segundo a Defesa Civil de Manaus, a capital do Amazonas possui cerca de 1,6 mil áreas de risco. Deste total, cerca de 600 são áreas com risco alto ou muito alto de haver ocorrências.
*Fonte: Acrítica

