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Política

Motorista confirma vídeo que recebeu suposto ‘Caixa 2’ na gestão de David Almeida, e sofre ameaça

Vereadores da Câmara Municipal assinam requerimento para instalação de uma CPI para investigar a Secretaria de Comunicação.

Foto: Reprodução

O depoimento à polícia do motorista que gravou o vídeo do pagamento de um suposto ‘Caixa 2’ na sede da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) da prefeitura de Manaus entregue em dinheiro vivo a um portal derruba a fala do secretário Israel Conte sobre mais um escândalo na gestão do prefeito David Almeida. Oito vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), já assinaram o requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Secretaria.

De acordo com o vereador Carpê, o motorista prestou depoimento à polícia revelando que está sofrendo ameaças. O vereador também cobra um posicionamento de David, já que o secretário Israel continua no cargo mesmo diante do escândalo. Os vereadores também vão buscar um ofício para oferecer segurança ao funcionário.

“[Motorista] foi até o encontro com o dono do portal e entregou para ele esse envelope. Esse aqui é um depoimento oficial baseado nesse depoimento eu tenho certeza que o inquérito da Polícia Civil vai continuar porque outras pessoas precisam ser ouvidas.Agora o que não podemos como vereadores da CMM é fazer de conta que nada está acontecendo, nós não podemos normalizar atos de corrupção. Algo está errado, não sou eu que estou falando, são as imagens que foram divulgadas e a própria declaração do senhor Adolfo. A gente vai tentar contato com ele para que possam fazer algum tipo de segurança, fazer um ofício com a Segurança Pública para que ele se sinta mais seguro. Porque nós estamos diante de um dos maiores escândalos que já aconteceu aqui em Manaus, no estado do Amazonas”, disse.

 

“Uma vez configurado que houve crime cabe a Polícia Civil e ao próprio Ministério Público, que nós fizemos denúncias em ambos, mostrar e fazer a verdade dos fatos. Inclusive, isso pode ter o afastamento do próprio secretário, aliás já era para ter o afastamento do secretário porque isso é uma indicação que nós fizemos hoje, nós já temos a comprovação por essa testemunha. Então, o prefeito deveria ao menos ter afastado o secretário já que alí como secretária ele tem toda uma entrada do que está acontecendo”, continuou.

Na sessão da última quarta-feira (20), na CMM, que ouviu o secretário de Comunicação Israel Conte sobre o escândalo, a  vereadora Thaysa Lippy (Progressistas) colocou em dúvida a credibilidade da empresa. De acordo com o cadastro na Receita Federal, a empresa executa perícias em seguros e segurança do trabalho e também não possui CNPJ para a produção de laudo audiovisual.

O vereador Carpê reforçou que o laudo “apresentado pelo secretário é um laudo extraoficial que foi produzido por uma empresa privada, ela não tem força igual aos órgãos oficiais como a própria delegacia civil”.

“A delegacia após ouvir as testemunhas vão solicitar o laudo, acredito que a polícia não tenha equipamento suficiente, ela vai solicitar a parceria com a polícia federal, estou falando aquilo que conheço como polícia militar. A prefeitura de Manaus, segundo o secretário, a empresa só tem um prazo de um mês para monitorar as secretarias para guardar imagens de monitoramento dentro da secretaria. Então, nós solicitamos todas as informações. A declaração do funcionário vem reafirmar o que já sabíamos, que as imagens são verdadeiras”, disse.

O vereador Rodrigo Guedes falou que até o momento são oito assinaturas, mas até o final desta segunda-feira (25), o requerimento deve ter 10 assinaturas.  Ele também falou sobre os R$194 milhões que a Semcom recebe por ano questionando que esse dinheiro está indo para uma milícia digital do prefeito David Almeida.

“Nós temos oito assinaturas, precisamos de 14, hoje mais dois vereadores devem assinar e chegaremos a 10. A gente pede que a população cobre porque a gente quer saber como está sendo gasto o dinheiro público. São R$194 milhões por ano que a prefeitura tem gastado por ano. Só para termos uma ideia, o orçamento da Secretaria de Esporte é R$12 milhões o ano inteiro, da Secretaria de Meio Ambiente é R$17 milhões. E a Comunicação tem R$194 milhões para esse ano. Esse dinheiro está sendo usado para pagar uma espécie de milícia digital do prefeito que ataca qualquer adversário ou político que não concorde com ele, que denuncie, ou faça cobranças. A prova está no vídeo que já está mais que comprovado que é verdadeiro. A prefeitura estava pagando em dinheiro vivo para essa milícia digital. Na delegacia de Combate à Corrupção, o motorista mostrou o vídeo na íntegra. O vídeo, supostamente editado, é muito maior, existe um vídeo inteiro que já foi entregue na delegacia que indica o pagamento vivo. O secretário veio aqui no parlamento e cometeu diversos crimes que eu acredito que ele será indiciado”, falou.

Já o vereador William Alemão, reforçou que o laudo apresentado pelo secretário Israel já foi derrubado com o depoimento do motorista que gravou o vídeo e “falou com todas as letras que a gravação é real”.

“É um crime de improbidade. Dinheiro vivo jamais poderia ter saído da secretaria. O secretário veio aqui na semana passada, mostrou um laudo estranho que já foi derrubado pela testemunha que gravou o vídeo. Quem gravou o vídeo falou com todas as letras que aquele vídeo é real. Existe hoje dentro da Polícia Civil um inquérito policial. Hoje tivemos o posicionamento dos vereadores Marcelo e Glória. Com isso, teremos 10 assinaturas hoje e acredito que até o final de quarta-feira chegue às 14 assinaturas, e com isso iniciamos a CPI. Semana passada, aquela vinda do secretário deixou muitos vereadores com o ‘pé atrás’ para assinar a CPI por causa do laudo. Deixei claro que aquele laudo não foi feito por um órgão oficial. Durante a oitiva do motorista, ele derrubou. Então, os vereadores decidiram assinar. Acredito que antes ou depois do dia 5 estaremos com a CPI instalada. Acredito também que já teremos o relatório oficial da delegacia”, disse.

De acordo com os vereadores, a denúncia feita caracteriza possíveis atos de improbidade administrativa e crimes decorrentes de suposto desvio de verbas públicas, em razão de pagamento em espécie aos prestadores de serviços.

*Fonte: D24am

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