Portal Castello Connection
ArticulistasMarcos De BonaModa/Entretenimento

O AGENTE SECRETO – Kleber Mendonça Filho confirma a grande fase do cinema nacional e a tradição cinematográfica do nordeste

O filme vai e volta no tempo e aos poucos a gente vai entendendo o que está por trás da história de Marcelo, ou Armando.

(Foto: Reprodução)

Finalmente está chegando aos cinemas o filme brasileiro mais premiado em Cannes e com boas chances no Oscar. Uma história que se passa noRecife em 1977, que junta drama, ação, suspense, investigação, e compitadas de comédia e surrealismo.

A primeira cena, no posto de gasolina, já é tensa e ótima! Logo depois o filme nos leva para uma imersão dentro daquela época, daquele ambiente culturalmente riquíssimo, cheio de nuances e contrastes. É carnaval, alegria nas ruas, mas o delegado aposta que o número de mortos no feriado vai passar de 100.

Acompanhe nosso 📌 Canal no WhatsApp

Uma alegria disfarçada também habita o edifício Ofir, comandado por Sebastiana, vivida pela maravilhosa Tânia Maria, ela faz a sua parte dando um abrigo a quem está na situação Marcelo, personagem de Wagner Moura. Ele não está sendo perseguido pela ditadura, mas o fantasma do regime está sempre por perto e o clima de tensão é inevitável.

Quem personifica essa tensão misturada com uma certa trambicagem, é o delegado Euclides. Exalando aquele autoritarismo arrogante, de quem se acha inatingível. Ele é capaz de interromper a folia do carnaval para atender uma ocorrência com a boca ainda manchada de batom. Como define o Marcelo, é um escroto.

Depois de uma bela apresentação de todo esse clima e dos mais diferentes personagens no Recife. O filme continua equilibrando com maestria nuances de alegria e tensão. Somos apresentados aos verdadeiros vilões: matadores de aluguel e empresários da iniciativa privada.

O filme vai e volta no tempo e aos poucos a gente vai entendendo o que está por trás da história de Marcelo, ou Armando. Vítima dos podres poderes e do modo de pensar cheio de preconceitos daquela época. Situação que provoca uma cena fantástica com atuação exuberante de Alice Carvalho, que faz a esposa de Armando.

Aliás, as excelentes atuações são um caso a parte. Temos atores conhecidos como Thomás Aquino, Maria Fernanda, Gabriel Leone, Hermila Guedes, João Vitor Silva. Participações preciosas de IsabélZuaa, Carlos Francisco e Udo Kier.

Wagner Moura, segundo dizem, favorito ao Oscar, é tão natural que nem parece que está atuando. E é preciso destacar Robério Diógenes como odelegado e Joálisson Cunha como o atendente do posto na primeira cena. Duas figuraças, sensacionais. Num estilo bem diferente do Wagner, porque seus personagens pedem isso.

E como se tudo isso não bastasse, para substituir uma notícia de jornal censurada pela ditatura. O roteiro nos apresenta a história da perna cabeluda. O toque surreal que acrescenta mais uma nuance nesse filme riquíssimo, que flui muito naturalmente nas suas 2 horas e 40 minutos de duração.

O diretor Kleber Mendonça Filho confirma a grande fase do cinema nacional e a tradição do nordeste, especialmente Pernambuco, de produzir grandes filmes, que nos fazem sonhar e nos perguntar: seremos bicampeões no Oscar?

Relacionados

Luan Santana detalha características físicas da filha Serena, que nunca teve rosto mostrado

Thayná Sousa

João Sales critica atuação de Marina Ruy Barbosa em “Tremembé”

Ingrid Galvão

Luisa Mell protesta em Belém e critica consumo de carne na pré-COP30

Ingrid Galvão

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais