A paralisação do governo dos Estados Unidos entrou no segundo dia nesta quarta-feira (1º), enquanto a administração Trump aumentava a pressão sobre os democratas. Primeiro, a Casa Branca suspendeu US$ 18 bilhões em projetos de infraestrutura em Nova York e, em seguida, sinalizou a possibilidade de demitir milhares de servidores federais.
O diretor de Orçamento, Russell Vought, anunciou em rede social que a suspensão de investimentos inclui contratos já assinados para a extensão da linha Second Avenue do metrô e o novo túnel ferroviário sob o rio Hudson, que conecta Nova Jersey a Manhattan. Vought reforçou ameaças de desligar de forma definitiva parte dos servidores afastados pela paralisação.
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A estratégia indica endurecimento das posições e aumenta a pressão para que concessões sejam feitas, mas há receio entre republicanos de que a medida possa ter efeito contrário. O senador Kevin Cramer (R-ND) alertou que a paralisação prolongada e as demissões em massa podem ser contraproducentes politicamente.
Estima-se que cerca de 750 mil servidores fiquem sem salário, com custo diário de US$ 400 milhões em perdas de pagamento. Economistas afirmam que, caso a paralisação dure apenas alguns dias, o efeito sobre o PIB será limitado, mas a demissão em massa poderia reduzir a confiança corporativa e os investimentos de capital.
Até o momento, não houve avanço nas negociações. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que as demissões seriam “iminentes, muito em breve”. O vice-presidente JD Vance adotou tom mais cauteloso, ressaltando que decisões finais ainda não foram tomadas e criticando os democratas por não reabrirem o governo.
Parlamentares moderados dos dois partidos tentaram negociar soluções temporárias no Senado, mas nenhum acordo foi fechado. Os democratas exigem a inclusão de subsídios de saúde do Affordable Care Act em qualquer pacote orçamentário, enquanto republicanos defendem que o debate sobre subsídios ocorra posteriormente.
A suspensão de recursos em Nova York também foi interpretada como um ataque político aos líderes democratas Chuck Schumer e Hakeem Jeffries. O Departamento de Transportes justificou a medida devido a revisão de cláusulas que destinam parte dos contratos a empresas de minorias e mulheres, algo que não poderia ser analisado durante a paralisação, o que pode gerar disputa judicial.
Especialistas alertam que a ameaça de demissões permanentes e cortes de recursos aumenta a pressão sobre a folha pública e gera incerteza entre servidores, com potencial impacto econômico e político maior do que em paralisações anteriores.
*Com informações InfoMoney

 

