“Loucura é você entrar na loja da Cachafaz, em Buenos Aires, do lado do estádio do Boca Juniors, e a moça te falar em portunhol melhor que o seu: “Aceitamos PIX'”, relatou em fevereiro deste ano um usuário no Twitter.
“Hj comprei duas caixas de alfajor na Argentina e paguei no pix amo ser brasileira???”, postou outra usuária, neste mês.
Já a brasileira Thais Durand conta que viu até comerciantes na Feira de Antiguidades de San Telmo aceitando PIX, durante as suas viagens pelo país, em março e abril deste ano, segundo relatou.
“Achei engraçado. Lembro de falar com as minhas amigas ‘como será que eles abrem conta no Brasil ou recebem esse dinheiro?’”, disse.
No improviso
A chegada do PIX no país foi mesmo no improviso. Uma reportagem da BBC, de julho, mostrou que uma vendedora argentina de Puerto Iguazú chegou a pedir ajuda a um amigo com conta no Brasil para conseguir receber o dinheiro de um cliente.
A mesma reportagem relatou ainda que, em outros locais da cidade, comerciantes usam o PIX por meio de contas de familiares e de sócios brasileiros.
Como o processamento do PIX e a conversão de pesos ou dólar em real acontecem no Brasil, o cliente brasileiro paga uma taxa de IOF de 0,38%, que incide sobre as operações cambiais no país.
O IOF é o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários. Para cada modalidade, há uma taxa diferente. Para compras internacionais no cartão de crédito, por exemplo, o percentual é maior, de 5,38%, atualmente.
Toda essa gambiarra de comerciantes argentinos faz sentido, já que os brasileiros são o terceiro maior grupo de turistas na Argentina, depois de uruguaios e chilenos.
E o turismo na região tem sido atrativo diante da forte desvalorização do peso argentino em relação às moedas de países vizinhos e ao dólar, principalmente após a vitória do candidato de extrema direita Javier Milei, nas prévias das eleições presidenciais.
PIX com QR Code