Os professores do ensino fundamental no Brasil passam grande parte das aulas tentando manter a disciplina, 21% do tempo em sala é gasto apenas para controlar os alunos, revela a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, da OCDE. Em média, nos países membros da organização, esse índice é de 15%.
A pesquisa, realizada entre junho e julho de 2024 pelo Inep em parceria com as secretarias de educação das 27 unidades federativas, entrevistou docentes e diretores de 53 países, concentrando-se nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano).
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Além do tempo perdido com disciplina, quase metade dos professores brasileiros (44%) relatam sofrer constantes interrupções dos estudantes — mais que o dobro da média da OCDE, que é de 18%. Embora o nível de estresse seja semelhante ao internacional (21% no Brasil e 19% na OCDE), os impactos na saúde física e mental são superiores aos de outros países: 16% afirmam sofrer consequências negativas na saúde mental e 12% na saúde física, acima das médias internacionais de 10% e 8%, respectivamente.
O estudo também aponta que a valorização da carreira docente segue baixa. Apenas 14% dos professores brasileiros acreditam que são reconhecidos pela sociedade e pelas políticas públicas, contra 22% e 16% da média da OCDE.
Apesar das dificuldades, a maioria dos professores brasileiros (87%) se diz satisfeita com o trabalho, e 58% afirmam que a docência foi sua primeira escolha de carreira, percentuais próximos aos registrados na média internacional.

 

