25.3 C
Manaus
29/03/2025
Portal Castello Connection
Política

Raione Cabral pode ser preso novamente após as eleições municipais de Coari

O advogado descumpriu acordos estabelecidos pela Justiça.

Foto: Reprodução/Facebook/redes sociais

O ex-candidato a prefeito que fez “chuva de dinheiro” em Coari, Raione Cabral, descumpriu medidas cautelares de sua liberdade provisória em eventos políticos noturnos e pode ser preso novamente após a votação no domingo (6). A decisão é do juiz Hercílio de Barros Filho, da 7ª Zona Eleitoral de Codajás, mas Raione disse ao A Crítica que recorrerá.

Raione era candidato a prefeito do município, mas desistiu para apoiar um dos opositores de Adail Pinheiro, o candidato Harben Avelar (PMB). O advogado foi preso em flagrante pela primeira vez na quarta-feira (02/09), após jogar R$ 20 mil para a população na Praça do Cristo, em Coari. A Polícia Federal comprovou o delito e o prendeu por crime eleitoral e suspeita de caixa 2.

Após a prisão, o advogado conseguiu sua liberdade provisória sob fiança e algumas medidas cautelares, sendo: proibição de se ausentar da comarca de Coari sem autorização judicial; comparecimento periódico a juízo, a cada dia 5 do mês; proibição de frequentar lugares com grande quantidade de pessoas; recolhimento domiciliar noturno, a partir das 18h; e proibição de se manifestar nas redes sociais sobre os fatos.

Conforme o processo, o juiz afirmou: “É possível perceber, pelos vídeos juntados aos autos, bem como diversos outros circulando pelas redes sociais e grupos de conversa, que o Sr. Raione descumpriu diversas medidas cautelares aplicadas, em verdadeiro descaso com a Justiça e as leis aplicáveis.”

Além disso, o juiz afirma que Raione falou em alto tom e para uma grande quantidade de pessoas que a decisão foi arbitrária. “Eles tentaram nos calar, me prenderam de forma arbitrária, mas eu estou aqui, estou aqui para dizer que não vão me calar, e pode me prender de novo, pode me prender de novo, vão ter que se preparar para a lapada no dia 06 de outubro.”

Nos autos consta que Raione também teria criticado a juíza do caso publicamente:
“Não vão me calar, e eu quero mandar um recado, pode filmar: a juíza me proibiu de fazer isso, aquilo, juíza, Dr.ª Dinah Camara Fernandes, não pense que eu vou obedecer isso, porque eu não vou. Eu estou na luta em favor do povo. A senhora pode mandar me prender, me prende de novo. Eu não vou tirar o pé da rua pedindo voto para o 35.”

O juiz ressaltou que a decisão tem base nas acusações de Raione sobre “uma suposta perseguição” por parte da juíza eleitoral da comarca e que ele foi inicialmente preso por seus atos.

“Parecendo esquecer que ele apenas foi preso por seu próprio ato de se dirigir a uma praça movimentada e jogar dinheiro para o alto, situação que viralizou no país inteiro, deixando todos que assistiam incrédulos.”

Raione disse ao A Crítica que considera a sua prisão arbitrária e que irá recorrer na Justiça.
“Após isso, entendo que também foram arbitrárias as medidas cautelares diversas da prisão impostas pelo juiz das garantias, que queriam nos impedir. Estamos em pleno processo eleitoral em Coari, a disputa é acirrada, e as medidas cautelares diversas da prisão me impediram, por exemplo, de estar na rua no período noturno, de estar próximo à aglomeração de pessoas, o que é impossível”, disse o advogado.

Questionado se chegou a formalizar junto ao Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) a desistência de sua candidatura, o advogado informou que chegou a oficializar em suas redes sociais, mas não com a Justiça.

“Não, eu não cheguei a formalizar porque estava em grau de recurso e eu queria aguardar o desfecho para, então, fazer a renúncia de forma formal”, explicou.

Segundo ele, a candidatura ainda aparecia como indeferida e estava aguardando o resultado do processo. Ele também mencionou que realizou o ato por não ser mais candidato e por saber que o dinheiro teria sido pago a Zé Real para não criticar mais Adail Pinheiro.

“Ele (Zé Real) não foi nem preso. É por isso que eu digo: ele é um cidadão comum, ele não foi preso. E eu estava na condição de cidadão comum; inclusive, eu estava na condição de advogado dele, pois sou advogado do Zé Real”, informou Raione Cabral.

O advogado ressaltou que, com a sua candidatura considerada “deferida com recurso”, irá formalizar a desistência até este sábado (5).

*Fonte: Acrítica

Relacionados

MPF pede que Adail Pinheiro devolva R$3,2 milhões tirado dos cofres públicos

Redação

Maioria do STF define que multa por crime ambiental é imprescritível

Redação

CNJ mantém afastamento de magistrados e servidor do AM suspeitos de fraude envolvendo quase R$150 milhões da Eletrobras

Redação

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais