O rio Negro atingiu, nesta segunda-feira (11), a cota de 15 metros e 34 centímetros. Desde que passou pelo fenômeno do repiquete, entre os dias 8 e 16 de novembro, subiu dois metros e 36 centímetros. Em 2010, ano da segunda maior seca no Amazonas, na mesma data, a marcação atingiu 17 metros e 55 centímetros, ou seja, na atualização mais recente, o rio está dois metros e 21 centímetros abaixo da cota daquele ano.
Quando comparado à mesma data de 2022 (18,88m), o rio Negro está 3 metros e 54 centímetros mais seco.
Acompanhe nosso 📌 Canal no WhatsApp
De acordo com a medição do Porto de Manaus, o rio Negro tem apresentado subida na ordem de 13 cm, 16 cm e até 18 cm em 20 dias desde que voltou a encher após o período de repiquete. A pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (SGB – CPRM), Jussara Cury, explicou que “grande parte das estações monitoradas está em processo de enchente, com exceção do Alto Rio Negro e Rio Branco (RR)”.
Cury adianta que ainda é cedo para se falar em cheia recorde, como a ocorrida no ano de 2021 com a marca de 30 metros e dois centímetros.
Interdição
A Prefeitura de Manaus informou nesta segunda-feira (11) que a praia da Ponta Negra, localizada na zona Oeste da cidade, segue interditada, mesmo com a cota do rio Negro ter ultrapassado os 15 metros. “Decretada no dia 2 de outubro, em razão da extrema vazante que atinge o Estado, neste ano, a interdição tem validade de 90 dias e segue em vigor”, informou o comunicado.

Segundo a gestão municipal, apesar das 30 placas de sinalização de interdição e da barreira com cerquite, a comissão do complexo tem retirado das águas da praia pessoas que insistem em descumprir a medida. Os frequentadores seguem sendo orientados a não entrar na água. A retirada dos banhistas é feita com apoio da Guarda Municipal, com a equipe da base Oeste, no auxílio da orientação para a proibição de banho no balneário.
“Temos placas informativas, em destaque vermelho, espalhadas pela praia orientando sobre a proibição de uso para o banho, em diversos pontos da faixa de areia e nos acessos, e ainda tem a cerca. Mas, infelizmente, tem pessoas que insistem em não atender e se colocar em risco, inclusive com crianças. Pedimos, novamente, o apoio da população para respeitar a interdição até que a cheia do rio se normalize“, explicou o coordenador da comissão, Alberto Maciel.
Segurança
A decisão de interditar a praia para o banho é uma medida de segurança e de prevenção contra afogamentos, ocorre devido à proximidade entre o fim do aterro perene e o leito natural do rio, que pode apresentar alterações no terreno, como buracos, desníveis e depressões. O lugar passou por um processo de aterramento que cobriu a praia natural com areia fina num trecho de 600 metros, indo em direção ao rio cerca de 80 metros.
A interdição considera as normas de uso da praia perene, definidas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela prefeitura junto ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), com órgãos municipais e estaduais signatários do compromisso, incluindo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBM-AM) e Polícia Militar do Amazonas (PM-AM).
De acordo com o TAC, a “interdição automática do uso da praia ocorrerá sempre que os laudos e/ou relatórios a que se referem os parágrafos anteriores comprovarem que a praia encontra-se imprópria para o uso dos banhistas”. A faixa de areia da praia da Ponta Negra está ampliada com a grande descida das águas e segue acessível para atividades esportivas e recreativas, assim como o funcionamento de todo o calçadão e demais estruturas do complexo.
*Fonte: A Crítica