O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) emitiu esta semana, alerta para as empresas associadas sobre os riscos o transporte de cargas durante o período de estiagem nos rios da região nos próximos quatro meses.
Dados divulgados no início de julho pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa, indicam que a previsão para 2023 é que os estados do Norte brasileiro terão chuvas abaixo do normal mesmo para a temporada, e que a estação seca será prolongada e rigorosa até novembro por conta do fenômeno El Niño.
Com a descida dos rios, o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior, explica que os principais riscos para o transporte fluvial no Amazonas são o aumento dos ataques de piratas, a ação de garimpeiros ilegais (nos canais de navegação) e as pedras, bancos de areia e troncos, principalmente na bacia do Rio Madeira e do Solimões.
“Com as escoltas, os roubos das quadrilhas caíram em 2023 e neste semestre ainda não registramos nenhuma ocorrência, mas todos os dias há tentativas e trocas de tiros, que são evitadas pelos seguranças privados que contratamos para garantir a continuidade do abastecimento de combustível e outros produtos de primeira necessidade aos municípios do interior”, alertou.
Passageiros
De acordo com Galdino Alencar, as ‘ameaças naturais’ à navegação durante a estiagem – como pedras, bancos de areia e troncos de árvores – não representam um risco grave para as balsas (petroleiras) uma vez que estas possuem casco duplo de ferro, uma série de equipamentos de navegação e tripulantes experientes e conhecedores do regime das águas.
Ainda segundo Galdino, o Sindarma também irá solicitar dos órgãos públicos estaduais e federais de segurança, o aumento do efetivo e da fiscalização nos rios para evitar que balsas de garimpos ilegais se instalem (nos canais de navegação) e ameacem a segurança do transporte fluvial até com a cobrança de ‘pedágios’ para permitir a passagem dos barcos.
Outro tema que será debatido pelo sindicato com o Poder Público é a falta de infraestrutura portuária adequada na capital e nos municípios do interior, que dificulta ainda mais o embarque e desembarque de produtos e passageiros.
“As cargas são levadas em embarcações menores até a sede do município, o que aumenta tempo e o custo para o consumidor final, e no caso dos passageiros é ainda pior, porque pessoas idosas e crianças tem que andar muito no leito seco para chegar no destino, uma vez que não há portos preparados para atracação dos recreios”.
*ACrítica