Uma dívida no valor de R$ 1,5 milhão e uma ameaça de denúncia à Polícia Federal levou o administrador Israel da Silva, 41, a planejar e executar a morte do seu “amigo”, o advogado e servidor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) Erwin Rommel, com cinco disparos de arma de fogo.
Israel, considerado pela polícia como um criminoso frio, vinha sendo cobrado por Rommel a pagar o valor de uma transação de legalização de terras no estado da Bahia e no dia 11 foi o dia que ele marcou para pôr fim nas cobranças tirando a vida do advogado.
Primeiramente, ele contratou o funcionário da sua esposa, Hewerton Kauan Oliveira Cavalcante, 18, o primeiro a ser preso, apontado pela polícia como autor dos disparos que mataram Rommel, por R$ 5 mil.
De acordo com as investigações, Israel armou a emboscada para matar Rommel. Escolheu um restaurante na Alameda Santos Dumont, bairro Tarumã, e no dia 11 de novembro, chamou a vítima para um almoço nesse local, onde conversariam sobre a tal dívida.
Já alimentados, na saída do restaurante, Israel fez sinal para o seu pistoleiro que aquela era a hora de pôr fim na vida do advogado. O mandante do crime e a vítima saíram juntos do restaurante. Nesse momento, Israel simulou estar recebendo uma ligação em seu celular e ficou para trás.
Foi quando Rommel recebeu os tiros. O pistoleiro, em depoimento, confessou que no primeiro tiro ele mirou a cabeça da vítima, mas esse ele errou. Os próximos cinco tiros todos acertaram Rommel, que ainda chegou a correr, mas acabou caindo morto.
O pistoleiro foi preso dia 3 deste mês por policiais civis da Homicídios e Sequestros (DEHS), confessou o crime e contou detalhes sobre o crime. “Ele disse ter sido contratado por R$ 5 mil para matar a vítima”, disse o titular da DEHS, delegado Ricardo Cunha, que presidiu as investigações. Em seguida, João Gabriel, o motorista do carro que deu fuga ao pistoleiro, também foi preso.
Ontem (18), foi a vez do mandante do crime ser preso pelos policiais da DEHS. Israel negou ter planejado e pago pela morte de Rommel. Ele também teria conseguido o revólver que foi usado para matar Rommel.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, as provas conseguidas pela polícia contra Israel são robustas. Entre elas a confissão do pistoleiro, imagens deles juntos, o que prova que eram íntimos, a movimentação de Israel no restaurante no dia do crime, captado pelas câmeras do local, e ainda o fato de ele ter dado fim no celular que ele usava no dia do crime. “Israel disse que perdeu o celular que usava no dia que Rommel foi morto e que até o momento não comprou outro”, contou Cunha.
Conforme o delegado, o crime foi resolvido num espaço pequeno de tempo, as imagens das câmeras foram essenciais na identificação do pistoleiro, assim como a colaboração de pessoas que estavam no restaurante, algumas próximas aonde estavam a vítima e o mandante do crime.
*Fonte: A Crítica