Um em cada quatro domicílios no Brasil apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE. Isso significa que moradores não tinham certeza se teriam comida suficiente ou adequada na mesa.
As regiões Norte (37%) e Nordeste (34%) registraram os maiores percentuais de lares nessa situação. Apesar da gravidade, houve melhora em relação a 2023: a proporção de casas em insegurança alimentar caiu de 27,6% para 24,2%, uma redução de 2,2 milhões de domicílios. No total, 62,6 milhões de brasileiros apresentaram algum grau de insegurança alimentar, sendo 6,4 milhões em situação grave, com predominância nas áreas rurais.
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Segundo o IBGE, a melhora está ligada à evolução do mercado de trabalho, que impacta diretamente a renda das famílias e a capacidade de comprar alimentos. Historicamente, os melhores índices de segurança alimentar foram registrados em 2013, com 79,5% dos lares, seguidos por uma queda em 2017-2018, quando apenas 63,3% dos domicílios tinham acesso adequado à alimentação. Em 2024, o índice voltou a subir, alcançando 75,8% dos lares com segurança alimentar.
O levantamento também mostra que a insegurança alimentar é influenciada por fatores sociais e econômicos: mulheres são responsáveis por quase 60% dos lares afetados, pessoas pardas predominam entre os responsáveis, e a maior parte das casas com situação grave tem chefes de família com até ensino fundamental completo. A quantidade de moradores, no entanto, não é determinante, já que a maioria dos domicílios afetados tem até três pessoas.
O estudo evidencia que, apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes para garantir alimentação adequada e nutritiva a toda a população, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.