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Veja como é a casa de taipa onde vítimas dizem ter sido atacadas pelo padre Airton Freire

Vítimas contam que eram atraídas ao local por funcionários do religioso e que, chegando lá, eram ameaçadas caso não obedecessem.

veja como é a casa de taipa onde vítimas dizem ter sido atacadas pelo padre Airton Freire
Foto: Reprodução/Fantástico

Uma casinha simples, feita de taipa e afastada da sede de uma fazenda. Essa é a descrição do local que, segundo as vítimas, era usado pelo padre Airton Freire, fundador da Fundação Terra, para cometer crimes sexuais.

O religioso, de 67 anos, foi preso preventivamente no dia 14 de julho, em Arcoverde, sertão pernambucano. O padre se tornou conhecido pelos projetos sociais da sua fundação – três escolas, duas creches, um abrigo para idosos e um centro de reabilitação física.

De acordo com as vítimas entrevistadas pelo Fantástico, os crimes aconteciam na casa de taipa em que o padre morava, na Fazenda Malhada, local do retiro espiritual comandado pelo religioso. Em imagens gravadas em 2013, é possível ver imagens do interior da casa.

Casa de taipa onde morava o padre Airton Freire — Foto: TV Globo/Reprodução
Casa de taipa onde morava o padre Airton Freire — Foto: TV Globo/Reprodução

Vítimas eram atraídas para o local

 

Fantástico conseguiu com exclusividade depoimentos de três vítimas e elas revelam como eram atraídas para a casinha de taipa.

No dia 17 de agosto de 2022, Sílvia Tavares recebeu um convite para passar na casa do padre, enquanto participava de um retiro na fazenda Malhada. Na manhã do dia seguinte, Jailson Leonardo da Silva, que trabalhava com o padre, a encontrou no refeitório e a levou para o local.

“A cena que eu encontrei foi o Airton deitado de bruços, com o lençol de seda. Ele disse: ‘minha princesa, é o seguinte: eu passei a noite todinha pregando, rezando, principalmente por você, então eu queria uma massagem'”, relata.

 

Sílvia conta que ao perceber que o padre estava nu, pulou da cama: “Eu comecei a chorar e disse: ‘padrinho, o que é que está acontecendo?’. Ele disse rindo: ‘não está acontecendo nada'”.

Quando Sílvia pulou da cama, Jailson pegou uma faca e a ameaçou, dizendo que, se ela colaborasse, ninguém morreria. Segundo Sílvia, o padre começou a se masturbar e disse para Jailson cometer o estupro. Jailson e outro funcionário do padre estão sendo procurados pela polícia.

Uma mulher que não quis ser identificada disse que também foi levada para a casa de taipa, porém por outro funcionário. O padre pediu uma massagem depois do banho e apareceu sem roupa.

“Eu digo: ‘padre, pelo amor de Deus, padre, se vista, se cubra, padre… Meu Deus, o que é que está acontecendo aqui?'”. O capanga disse o seguinte: ‘olha, o que acontecer aqui, vai ficar aqui. Você pode fazer o que você quiser com a gente, que vai ficar aqui’. Aí, o padre começou a se masturbar rindo”, relata.

Ela conta que conseguiu fugir, mas foi ameaçada.

A terceira vítima é um homem que não quis ser identificado. Ele trabalhava com o padre Airton, quando acredita ter sido dopado na casa de taipa. Ele havia pegado uma garrafa de água por volta das onze da noite, a bebeu e se deitou na rede, acordando após às cinco horas da manhã.

“Eu me acordei em uma cadeira que tem próxima da mesinha, só de cueca”, relata.

 

Casa de taipa do padre Airton — Foto: Reprodução / Fantástico
Casa de taipa do padre Airton — Foto: Reprodução / Fantástico

Inquérito

 

Os inquéritos seguem em segredo de Justiça. A Polícia Civil de Pernambuco criou uma força-tarefa formada por 5 delegadas para agilizar a apuração das denúncias. Até a publicação desta reportagem, mais de 50 pessoas prestaram depoimento.

Em nota, a defesa do padre Airton Freire afirmou que ele é inocente. A defesa disse que ainda não teve acesso à totalidade da investigação e, portanto, usará de todos os esforços para garantir o direito ao habeas corpus.

A nota também alega que o padre é um homem com sérias restrições de saúde, que se apresentou espontaneamente às autoridades quando foi decretada a prisão preventiva e que, além de não atrapalhar as investigações, não houve coação de testemunhas, nem risco à vida das supostas vítimas.

No sábado (22), o padre Airton passou mal na cadeia e, no domingo, foi transferido para um hospital no Recife.

A defesa de Jailson disse em nota que ele sempre se portou de forma honesta e que o cliente vai se manifestar em “momento oportuno” perante as autoridades policiais.

*G1

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