O candidato a prefeito de Manaus, Gilberto Vasconcelos (PSTU), defendeu a construção de uma ferrovia no lugar da BR-319, para resolver os problemas logísticos de Manaus. Vasconcelos foi o segundo candidato entrevistado do programa “Manhã no Ar”, realizado nesta sexta-feira (16).
“Nós somos a favor da abertura de uma ferrovia, ao invés da 319, porque aí não vai ter sazonalidade. Uma ferrovia custa muito mais caro, mas resolve o problema de logística”, disse o candidato.
Entre os seus principais planos de governo, Gilberto Vasconcelos destacou a participação popular nas decisões orçamentárias da prefeitura.
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“Hoje a população vai eleger prefeitos, vai eleger vereadores, mas depois que estão eleitos, eles se afastam do povo. Até para o momento de uma reivindicação salarial, por exemplo, você passa por um protocolo e às vezes somos expulsos. Eu sou trabalhador, eu sou um professor e às vezes somos expulsos porque vamos dizer que a proposta é indecente”, afirmou Vasconcelos.
O professor ressaltou que essa participação popular será feita por meio de “Conselhos Populares”, liderados pelas classes trabalhadoras. O candidato informou que seriam modelos diferentes da atual gestão, que mantém apenas conselhos favoráveis.
“Esses conselhos que já existem atuam debaixo dos conceitos da câmara e do prefeito. Eles atuam para legitimar a ação do executivo. Então isso não muda nada. Os conselhos populares são a população organizada, dizendo o que é preciso fazer e essa população organizada também tendo o poder de decidir sobre o orçamento municipal”, explicou Vasconcelos.
O candidato afirmou que em seu modelo de governo, a saúde básica receberia atenção e que se articularia com o estado para que todos os setores funcionassem.
“Manaus sofre de diversos problemas. A Saúde preventiva, por exemplo, ela não existe. A saúde preventiva parou de existir. Então, é preciso que esse atendimento volte a acontecer e seja melhorado”, informou o professor.
Além disso, o candidato afirmou que os Conselhos Populares teriam poder de fiscalizar as ações da prefeitura, como forma de envolver a população nas decisões públicas.
“Nós do PSTU temos um programa que visa trazer regularidade para resolver estes problemas, para isso a gente propõe que parem de distribuir dinheiro dessa maneira equivocada. Para que a população tenha mecanismos de fiscalização, propomos que haja conselhos populares, para fiscalização e pela decisão do orçamento”, disse o professor.
Gilberto Vasconcelos afirmou que uma das dificuldades de participação da classe trabalhadora é a manutenção de regras a favor de quem já está no poder, “A ideia é que a gente desista de participar”.
“Ao longo desses 20 anos de luta da classe trabalhadora, o congresso nacional coloca novas leis, dificultando a vida da classe trabalhadora, separando cada vez mais a classe trabalhadora de tomar suas decisões”, criticou o candidato.
O professor criticou, ainda, que um dos problemas da campanha é a valorização da direita pelos meios de comunicação.
“A maioria dos meios de comunicação dá muito voz à direita, porque está lá organizada, nas empresas, têm patrocínio nos meios de comunicação e a esquerda não tem esse poder. O poder que a esquerda tem é o dos sindicatos e às vezes os sindicatos se associam ao próprio governo de plantão e isso, às vezes, desmoraliza a classe trabalhadora”, relatou o candidato.
O candidato ressaltou que as disputas por recursos e campanhas “É um jogo desigual” e que são feitas para “manter o status quo” (manter aqueles que já dominam a política).
Em seu plano de governo, Vasconcelos disse que quer a aproximação popular nas tomadas de decisões, para evitar o distanciamento da população com os candidatos eleitos.
“Fundamentalmente, queremos que a classe trabalhadora venha se organizar com a gente, que venham fazer parte do PSTU, ser militante e mudar essa realidade conosco. Também tem uma cultura, que na nossa visão é equivocada, é que você vai votar no candidato e esquecer. ‘Deixa que ele resolve’, isso não é solução”, destacou Gilberto.
Na educação, o professor prometeu que os reajustes salariais dados aos professores passariam anualmente por progressão salarial, até se chegar à média estabelecida.
E outra mudança, seria na grade curricular escolar. Com a defesa de temas de educação sexual nas escolas, Gilberto Vasconcelos avalia que é necessário uma aplicação correta, dividida por idade e conteúdos necessários para cada etapa do desenvolvimento infantil.
“Falar de educação sexual, muitas vezes é entendido como incentivo à prática sexual e isso não tem nada a ver”, afirmou o candidato.
O candidato criticou a forma que a educação sexual é vista e tirada de contexto.
“Esse é um assunto que vem sendo muito deturpado, porque se você criar crianças na ignorância de determinado assunto, elas não vão saber nem se defender. Muitas vezes isso gera sofrimento e problemas emocionais”, alertou o professor.
Na limpeza urbana, o candidato defende a desprivatização do sistema de água e esgoto.
“A cada dia os igarapés estão mais poluídos. Não existe um cuidado com as águas pluviais, com as águas dos esgotos, não existem coletas de redes sanitárias”, criticou.
Como alternativa para o problema, o candidato pontuou a coleta seletiva de lixo, o tratamento adequado dos igarapés e facilitar o acesso à população.
*Fonte: Acrítica

